Konoha Hiden - CAPÍTULO DOIS

Bom dia, pessoal! Que fazem neste domingo? Bem, a página tem o prazer de apresentar a tradução do segundo capítulo de Konoha Hiden: O Cotidiano de Tenten! Espero que gostem da leitura e não deixem de comentar as partes mais legais ou engraçadas o/

Boa leitura!
Tradução jap/ing por cacatua e tradução ing/port por CDCMandy

CAPÍTULO DOIS
O Cotidiano de Tenten!

TUM! TUM! TUM!
Os soms que saíam a cada acerto eram agradáveis aos seus ouvidos. Ela estava no mesmo campo de treino de sempre. Os mesmos recordes. O mesmo método de treino.
No interior, porém, ela se sentia um pouco diferente.
“Presentes de casamento, né...”
Enquanto murmurava para si mesma, levantou a kunai em mãos e lançou no alvo habilidosamente. Novamente um “TUM!” soou, a arma cravada logo no ponto central. Uma mira realmente perfeita.
Mas para alguém tão bem treinada quando Tenten, acertar a mira de um objeto imóvel não era muito significativo – era quase como tirar doce de criança.
Tenten saiu para treinar antes de sequer tomar o café-da-manhã, como sempre.
Nos dias os quais ela não tinha missões, preferia fazer assim. Saía para o campo de treino logo cedo da manhã, praticava sua mira com kunais e shurikens até se sentir aquecida o suficiente e só então iria comer alguma coisa.
Mas algumas vezes acabava comendo no campo de treinamento mesmo. A refeição de costume era sempre bolinhos de carne vendidos numa lanchonete perto dali e um pouco de chá verde. (N/T: Fitness a moça, veja só)
 “O que eu faço…” Murmurou para si mesma novamente, e projetou as kunais mais uma vez.
TUM! TUM! TUM!
Várias shurikens voaram de suas mãos e circularam perfeitamente a kunai que havia lançado antes.
Era uma demonstração de talento tão simples e fácil pra ela que poderia fazer até de olhos fechados.
Mas não era algo que só ela conseguia fazer.
Esse nível de mira e habilidade era uma exigência básica para qualquer um que se autotitulasse um shinobi.
Na verdade, era uma das primeiras habilidades aprendidas por um shinobi na Academia Ninja. Era também muito normal que shinobis vindos de clãs respeitados já tivessem uma boa mira por serem ensinados por seus parentes logo antes de sequer serem matriculados.
Resumindo, Tenten estava praticando uma das técnicas ninjas mais básicas.
Se você está se questionando por que ela estaria praticando uma técnica tão simples, Gai, seu instrutor, tinha tudo a ver com isso: ela foi influenciada por suas palavras.
“Qualquer pessoa que negligencia as técnicas não vive para ver o amanhã!”
Esse era o discurso mais antigo do seu instrutor: escutou pela primeira vez logo no primeiro dia de prática.
Esse discurso impactou fortemente uma Tenten mais jovem. Mas Lee, seu colega de time e logo ao seu lado naquele momento, ficou tão impactado e abalado que começou a chorar e estragou todo o clima.
Mas Tenten ainda assim havia guardado as palavras de Gai em seu coração e continuou a praticar o seu básico todos os dias pela frente.
Pra começo de conversa, Tente nunca foi uma ninja com expertise em diversos jutsus.
Desde os seus tempos de academia, mesmo que ela tivesse talento para jutsus de teletransporte, o seu controle de chacra não era dos melhores. Ela percebeu logo muito cedo que nunca seria uma ninja com muitos jutsus complicados na manga.
Entretanto, só porque ela percebeu isso desde o início, não quer dizer que ela tenha desistido de ser uma kunoichi forte e habilidosa. Ela nunca foi fraca e nunca desistiu fácil.
No caso dela, foi até bom perceber desde cedo quais eram seus pontos fortes e fracos. Porque logo depois que aprendeu suas limitações, começou a raciocinar quais técnicas se adequariam melhor em suas opções como uma ninja. Quando encontrou a resposta, focou-se nesse objetivo e seguiu em frente com tudo o que tinha.
A resposta foi: armas ninjas.
Manejar armas como shurikens e kunais era uma exigência para todos os shinobis, mas não havia muitos especialistas em armamentos – quanto mais mestres de armas.
Foi assim que ela percebeu sua devoção. Não era preciso dizer que ela tomou como objetivo ser mais habilidosa que qualquer outro shinobi em armas comuns, mas também treinou para lutar com armas raramente usadas por outros shinobis. Armas que muitos shinobis não reconheceriam nem de vista, armas de todos os tipos e variedades.
Tenten forjou para si mesma um destino único.
No ramo da motivação, no entanto, ela tinha que agradecer a seus colegas de time Neji e Lee, e seu instrutor, Gai. Eles sempre a influenciaram.
Gai era renomado por ser o melhor lutador de taijutsu da vila. Lee o admirava e simplesmente seguiu o mesmo caminho que Gai, treinando para ser idêntico a ele. E Neji, sempre foi denominado um gênio dos jutsus do clã Hyuuga.
Tenten sempre passou a maior parte de seu tempo com eles, treinando com eles, ocasionalmente lutando com eles e ganhando algumas habilidades em taijutsu. Antes que o ninjutsu ou genjutsu sequer entrassem na história, taijutsu era o método usado por shinobis para concluir seus objetivos.
Tenten aprendeu taijutsu intensamente sob a tutela de Gai, e muito bem. Entretanto, Lee e Neji também eram seus colegas de time, e ela percebeu que nunca chegaria ao nível de stamina e força dos dois. (N/T: Maldito Kishimoto e sua pobre representação de mulheres)
O time Gai tinha o maior nível de taijutsu na vila inteira, e treinando com Gai e lutando com Neji e Lee, o nível de habilidade em taijutsu de Tenten chegou a tal ponto que ela era superior a qualquer outro shinobi que não seus colegas de time.
Em meio a todo esse treino, uma parte dela não podia deixar de se comparar a Lee ou Neji, ou até mesmo a Gai.
Eu sou a mais incapaz desse time.
Era o pensamento que mais a incomodava durante os treinos.
Mas também foi uma motivação para criar seu próprio caminho.
Gai e os outros dois podiam quebrar pedregulhos com as próprias mãos. Tenten não tinha habilidade o suficiente para sequer considerar essa possibilidade.
Por conta disso ela se armava com kunais.
Dessa forma ela chegaria ao nível de Lee e Neji. Ela poderia acompanhá-los.
A partir daí – parte da culpa também por ter passado tantos dias aprendendo sobre diversas armas -, Tenten foi fisgada pelos charmes das armas ninjas. Ela sempre olhava duas vezes para as armas em suas mãos, admirada pela beleza e simplicidade.
Em seus dias de academia ninja, ela havia conhecido outras meninas da classe que diziam que kunais eram simples e chatas. Elas não entendiam nada. O motivo de uma kunai ser tão charmosa era exatamente por sua simplicidade.
Tenten nunca consideraria falar isso alto naquele tempo, mas nos dias atuais, certamente o faria. Afinal, ela tinha o objetivo de se tornar a maior mestre de armas ninjas do mundo. Seus pensamentos eram devotos das armas ninjas mais dos que os de qualquer outra pessoa.
Mesmo a arma mais rústica tinha sua beleza.
Ninjutsu, genjutsu, ou até mesmo taijutsu, nenhum deles poderia vencer a beleza das armas ninjas.
Claro que, mesmo que quisesse sair por aí expressando seus pensamentos em voz alta, não significa que ela gostaria de dar uma aula sobre as armas ninjas pra todos que encontrasse.
Ela expressava seus pensamentos com atitudes, não palavras. A visão de uma kunai cortando suavemente um alvo, por exemplo, era mais eficiente que qualquer outra explicação. Era assim que ela pensava.
Mas ela tinha que ter certeza de que sua mira fosse perfeita, ou não teria razão alguma. Por isso que Tenten nunca faltava um dia de treino básico. Todos os dias ela polia silenciosamente suas armas, as preparava pra a prática e atingia perfeitamente os alvos.
Lee, Neji... Assistia o trabalho duro dos dois mais de perto do que qualquer outra pessoa, e era por isso que ela se esforçava tanto em seus treinos. Porque não importava o quão mais forte eles ficassem, eles nunca negligenciavam o básico também.
Isso tudo porque...
Mesmo que qualquer pessoa pudesse fazer o básico, mesmo que qualquer um com talento pudesse fazê-los, mesmo que não praticassem tanto, Tenten ainda assim praticaria milhares e milhares de vezes, repetindo milhares e milhares de vezes.
Seu corpo, seus braços e até mesmo as pontinhas dos seus dedos, ela treinaria tudo e esforçaria cada centímetro de si.
Num combate de verdade, o alvo não iria ficar parado esperando por você. Ela também não se daria ao luxo de ficar mirando parada. Se você ficar parado, morre.
Mas ainda assim Tenten começava treinando pelo básico, lançado kunais em alvos imóveis.
Às vezes ela acabava lançando a kunai centenas e centenas de vezes, repetindo os mesmos movimentos centenas e centenas de vezes, e então...
E então, mesmo quando os alvos dela estivessem se movendo rapidamente, mesmo que por um milésimo, ela tinha a impressão de que eles estavam imóveis. Kunai ou shuriken, elas voam de suas mãos para o alvo como se ele estivesse chamando por ela.
Praticar constantemente uma habilidade tão básica para qualquer um, todos os dias, sem faltar uma vez sequer, repetindo várias e várias vezes... era uma devoção que nem todos tinham. O mundo tinha que ser capaz de admirar algo assim.
E claro, seu treino dedicado começou a dar frutos. Suas técnicas e habilidades evoluíram ao ponto de que se qualquer pessoa perguntasse aos colegas de seu time quem era o melhor usuário de armas, a resposta definitiva seria: “Óbvio que é a Tenten”.
Era um progresso natural do seu esforço, mas ainda assim, algo que a fazia extremamente feliz. Ela também se sentia orgulhosa, é claro. Mas hoje especialmente era um dia ruim para focar todos o seus pensamentos em armas ninjas.
 “AFF, esse troço-NÃO CONSIGO PENSAR EM NADA!”
Uma série de TUM! TUM! TUM!s acompanhou a voz de Tenten enquanto as shurikens atingiam seu alvo, os sons ecoando pelo campo de treinamento vazio. Ela estava rodeada de alvos cobertos por kunais e shurikens. Obviamente, todos com a mira perfeita.
Quando Tenten ouviu pela primeira vez sobre a missão de presentes para o casamento, ela pensou imediatamente: “Okay, eu vou dar a eles um conjunto de kunais artesanais!”.
Tenten estava deitada em sua cama, olhando preguiçosamente para o teto. Estava quase na beira do sono quando um pensamento invadiu sua mente:
“Senão uma kunai, que tipo de presente seria bom?”
Ficou chocada quando não conseguiu pensar em mais nada. Acabou por passar a noite mais e mais agitada quando não conseguiu encontrar uma resposta para a pergunta.
Graças a isso, não conseguiu nem pregar os olhos.
Bocejando, Tenten começou a mover-se para recolher todas as suas kunais e shurikens encravadas nos alvos.
Havia muitas estacas grandes no campo de treino o qual ela frequentava. Algumas eram tão altas quanto um ser humano. Outros ninjas os usavam para treinar taijutsu: chutes e socos. Mas ela usava para pendurar seus alvos e praticar sua mira.
Ela se aproximou dos alvos e começou a retirar cada shuriken e kunai. Ela repetiu a mesma ação algumas vezes em casa alvo, a cabeça trabalhando durante todo o processo.
Ela não estava mais considerando comprar armas como um presente. Sua linha de pensamento já havia saído dali a muito tempo.
O problema era que, se você estivesse pedindo a opinião dela, qualquer arma ninja seria um bom presente para se receber.
Naturalmente, todo mundo estava supondo que o presente que ela daria seria uma arma ninja. Não havia nada de errado nisso.
Mas, então, isso não seria muito previsível e ordinário?!
Desde a noite anterior, por uma razão ou outra, ela acabava pensando em coisas assim. Algo a estava incomodando...
O que estava incomodando? A verdade é que ela já sabia a resposta.
“Casamento, hein... bem, é uma coisa boa...”
Tenten suspirou, se apoiando em uma das estacas. Suas mãos silenciosamente começaram a polira kunai a que tinha em mãos.
Isso era o que a estava incomodando... Naruto e Hinata estavam casando. Era uma ocasião feliz.
Tenten sempre se pegava pensando sobre kunais, shurikens e guilhotinas voadoras, então ela nunca teve a chance de ter um namorado. Ela viveu sua vida sem em nenhum momento considerar romance ou feminilidade. Ouvir notícias de que dois dos seus amigos mais próximos estavam se casando fez com que um pensamento repentino passasse por sua mente e se recusasse a sair:
Será que é normal ser assim?
Da manhã até a noite era sempre armas ninjas, armas ninjas, armas ninjas... Era mesmo normal uma mulher ser assim?
Sobre esse assunto, o sentimento romântico mais recente que ela sentiu foi pela guilhotina voadora. Ela só precisava escutar o nome da arma uma vez para perceber que estava apaixonada, para então sair e comprá-la. Mas... como não se apaixonar?
Um dos itens fashions que mais faziam sua cabeça ultimamente eram braceletes. Tinham um mecanismo que enrolava no seu pulso e com um único puxão, um pergaminho de invocação de armas aparecia num segundo. A conveniência era maravilhosa. Você podia sair com uma arma assassina pra qualquer lugar e a qualquer hora. Era a mais nova tecnologia de ponta.
Mas... era normal ela ser assim?
Ela tinha uma coleção de armas grande o suficiente pra abrir uma loja se quisesse, mas de alguma forma ela sempre acabava comprando uma kunai antes mesmo de perceber o que estava fazendo.
Kunai era realmente o básico das armas ninjas. Tenten tinha uma paixão forte por elas. Ela já tinha coletado desde armas simples a raras, mas no fim do dia, kunais era sempre as melhores. Ela tinha tipos comuns e raros de kunai.
Bem, isso era tranquilo, certo? Kunais nunca são demais.
Primeiro ela adquiriu kunais raras com símbolos encravados nelas. Mas não tinha como levar itens tão raros assim a missões. Elas eram da mais fina arte. Era melhor que ficassem seguras em casa. Mas então, por essas kunais ficarem em casa, ela precisava comprar mais kunais para missões. E se essas acabassem se perdendo muito rápido seria um problema, então tinha que comprar muitas kunais reservas também. E então, bem, já que ela já estava comprando kunais, era melhor que comprasse em variedade pra economizar tempo, né...?
E foi assim que Tenten conseguiu cobrir uma parede inteira de sua casa com kunais.
Ela ficou incrivelmente satisfeita com isso. Ela olhava pras kunais e pensava: “Reh, na missão de amanhã vou atingir todos os meus alvos”.
Mas… era mesmo normal… ser assim?
... Não era uma boa ideia.
Se ela continuasse assim, por exemplo, e desse mesmo as kunais artesanais como presente, então sem sombra de dúvidas todos diriam:
“Kunai... de novo?”
“Bem, é a Tenten, afinal...”
 “Tenten só se importa com kunais…”
Cenas de todos dizendo a mesma coisa apareceram em sua mente.
Ficou brava.
Eu não me importo só com kunais. Eu também tenho uma guilhotina voadora, sabe. Vocês estão errados. Vocês não me conhecem.
Enquanto pensava, começou a afiar suas kunais.
Se ela conseguisse pensar num outro presente que não kunais artesanais, algo elegante, então...
“Ahhh, veja só, você não se importa só com kunais...!”
“Uau, como esperado de Tenten!”
“Sabe, Tenten é uma pessoa com um forte senso de arte!”
Essas seriam boas reações. Que tipo de presente arrancaria essas expressões?
O casamento estava chegando, então ela tinha que olhar em todo canto por um bom presente. Desde lojas que ela já conhecia a lojas populares, ela tinha que ir e dar uma boa olhada.
“Argh, mas minha grana tá curta...”
A guilhotina voadora foi muito cara. Mas era única! Ela não podia simplesmente não comprar.
‘Na dúvida, compre’, essa era sua regra e por conta disso, agora tinha uma enorme coleção de armas ninjas.
“Bem... pra resumir...” Fechou os olhos e tentou repassar os detalhes em mente.
Sendo realista, ela tinha que pensar em seu orçamento primeiro. Ela tinha que manejar perfeitamente as finanças se quisesse comprar um bom presente. Em seguida, já que ela queria pensar num presente que não fosse kunais artesanais, ela tinha que pensar no perfil desse presente e escolher exatamente o oposto disso. Dessa forma, ela concluiu, seria mais fácil pensar num presente.
Nesse caso, ela já tinha conseguido limitar um pouco mais suas opções para presente...
Tenten abriu seus olhos calmamente.
“Algo que eu possa pagar com meu dinheiro. Algo que transmita o sentimento de uma mulher jovem. Algo que não mate pessoas...”
É claro que…!
“Não faço nem ideia!”
Não tinha jeito. Sua cabeça estava uma bagunça. Ela nem mesmo entendia o que estava tentando dizer.
A kunai que estava afiando em suas mãos agora estava brilhosa, mas cega. Ela não estava prestando atenção e acabou fazendo um trabalho porco.
Pensar que ela tinha que admitir que era uma mulher sem méritos a não ser expert em armas ninjas a fez sentir péssima. Se não agisse logo, ela teria que...
Tinha que ter alguma coisa, qualquer coisa, não é possível que não tinha nada...
E, naquele instante-
“TENTEEEEEEN! TENTEEEEEEN!”
Escutou a voz de alguém chamando seu nome à distância. A pessoa parecia chegar cada vez mais perto. Ela percebeu quem era antes mesmo que a tal pessoa aparecesse em seu campo de visão. A única pessoa que estaria correndo por aí e gritando tão alto da manhã só podia ser Lee.
Mas quando a figura de Lee se aproximou do campo de treinamento, Tenten arregalou os olhos com a visão.
“Tenteeeeen!” Lee acenava entusiasmado enquanto corria em sua direção com um sorriso no rosto. “Já decidiu seu presente de casamento?!”
“Lee?!” Tenten berrou. “O que diabos cê tá fazendo?!”
Lee estava sem sombra de dúvidas vestido como uma mulher.
Uma dona de casa, na verdade. Ele até mesmo vestiu um avental sobre o vestido. Ele parecia uma mulher nos seus 40 anos chegando em casa do mercadinho.
Ele estava mesmo usando maquiagem? Ele tinha exagerado no pó – seu rosto inteiro estava branco e parecia algo sobrenatural. Aquilo era batom vermelho espalhado na boca? Ele até mesmo engrossou as sobrancelhas – a não, na verdade, era a sobrancelha natural mesmo.
De qualquer forma, foi uma aparição repentina e inesperada a qual Tenten não conseguia entender.
Não era estranho estar surpreso com a aparência de Lee. Se qualquer outra pessoa o visse, e não o conhecesse, provavelmente sairia gritando.
Ainda por cima, por algum motivo Lee estava carregando um haltere em uma de suas mãos.
Estava além da compreensão. Àquela altura, era tão confuso que chegava a ser assustador.
“O-O que é isso?! Por que você-“
“Eu comprei um pra noiva, e Gai sensei comprou um pro noivo!” Lee respondeu com entusiasmo, praticamente tremendo de animação. “E minhas roupas ficaram sujas por correr tanto pela vila, então pensei que deveria escutar o Gai-sensei e me colocar no lugar da noiva! Então eu me vesti assim! E depois de fazer isso agora tenho certeza que halteres foram a escolha certa!”
“Você me explicou, mas eu não consegui entender nada!” Tenten retrucou.
Na verdade, ela apenas ficou mais confusa.
Por que ele estava vestido de mulher?
Por que halteres?
Era tudo muito sinistro.
Lee levantou o haltere e declarou animado:
“Gai-sensei e eu decidimos dar halteres como presente de casamento! Tenten, o que você vai dar?”
Naquele momento, algo dentro dela se iluminou.
Ela não entendia, mas entendia. Ela não compreendia como Lee acabou vestido roupas de dona de casa, mas ela tinha entendido o motivo de Lee e Gai-sensei terem escolhido halteres como presente.
E naquele instante, todas as coisas que ela estava se preocupando repentinamente pareciam insignificantes. De repente ela conseguia enxergar, como se uma névoa tivesse se dissipado diante de seus olhos.
 “Eu vim para ter certeza que não iríamos levar os mesmos presentes!” Lee explicou, sorrindo com a boca cheia de batom vermelho.
“Não, definitivamente não é o mesmo...” Tenten tentou ficar séria.
“Ah, é mesmo? Que bom! Então eu vou continuar meu treino!”
“Com esse visual?!”
Ela não conseguiu se segurar. Quando se tratava das armadas de Lee e Gai-sensei, era quase impossível.
Ela observou Lee disparar pelo campo de treinamento com a mesma energia de sempre.
Tenten se espreguiçou e deixou sair um suspiro.
E com isso...
“Então, kunais artesanais, está decidido!”
Ela não tinha mais dúvida alguma. Estava muito confiante.
Por que ela ficou tão preocupada de qualquer forma? Comparado com halteres, o presente dela era genial.
Sentiu um alívio.
Estava tudo bem do jeito que estava.
“Certo, então vamos voltar a treinaaar~”
TUM!
TUM!
TUM!
O doce som das armas atingindo seus alvos começou a soar novamente.
O mesmo campo de treino. Os mesmos alvos. O mesmo método de treino.
E os mesmos pensamentos de sempre.
Esse era o cotidiano de Tenten.

Próxima postagem: prólogo de Gaara Hiden! AEÊEÊÊÊÊÊ